Um Dia na Quinta do Castanheiro. Conto ilustrado com azulejos. De José Manuel das Neves.
Integrado na iniciativa: "De Porta Aberta… Escolha como quer entrar".
Os Convidados
Os trajes de quem se apresenta para a festa estão, salvo algumas exceções, de acordo com a condição e classe de quem os usa.
Aristides, irmão do Marquês, traz justo ao corpo, numa forma piramidal, a casaca que exibe uma fileira de botões bem pregados. Quase sempre aberta, mostra o colete e as lapelas dos bolsos. Consigo veio Hipólito também de casaca e calções mais justos nos joelhos do que nas ancas.
Nos trajes femininos, os corpetes ajustados ao busto realçam-no e as rendas enriquecem-no. É o caso de Eduarda, a sobrinha do Marquês, que brilha não só pelo que traz vestido mas sobretudo pelo que mostra de si, a beleza encantadora e uma graciosidade natural.
Clotilde, sua mãe, destaca-se pela cintura muito estreita marcada por uma saia e sobressaia aberta na frente.
Olhando para elas e para eles, o espartilho impõe-se para marcar a verticalidade de quem é, ou de quem quer parecer, nobre.
No meio desta sumptuosidade e aprumo, o vestido mais ligeiro e solto de Felizbela, bem como os calções largos com atilhos de Ernesto, introduzem uma nota rural no universo da festa.
Foram decerto muitas as horas de trabalho de alfaiates e costureiras para assegurarem silhuetas tão teatrais e aristocráticas, necessárias a uma ocasião especial como esta.
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